sexta-feira, 21 de março de 2014

Lua Blanco retorna ao universo dos musicais com Se Eu Fosse Você

O primeiro encontro da Lua Blanco com o Teatro em Cena ocorreu em um raro momento de lazer da atriz: em um sábado à noite, no show da Anitta, no Rio de Janeiro. Solicitada para uma entrevista, ela logo aceitou. Cinco dias depois, o site entrava em contato novamente com ela, no horário do almoço. Para Lua, era uma curta pausa entre uma manhã de gravações da novela “Pecado Mortal” e uma tarde de ensaios para a peça “Se Eu Fosse Você, o Musical”, que estreia na sexta (21/3) no Teatro Oi Casa Grande. “A gente ensaia seis dias por semana, das 14h às 21h30. É só uma folga na semana. Como concilio com as gravações da novela, não tenho folga nenhuma”, a atriz ri da própria situação, demonstrando bom humor. Nos horários vagos, quando há, ela ainda inclui aulas de canto. Não para – como aquela música da Anitta. “Não para, não para, não para, não”.

A peça, dirigida por Alonso Barros e produzida pela Aventura Entretenimento, tem orçamento de R$ 8 milhões. Ela mesclará os dois filmes da franquia “Se Eu Fosse Você” (com maior enfoque no segundo) com números musicais da discografia da Rita Lee. Lua Blanco interpretará a filha do casal principal, que, como se sabe, troca de corpos entre si. Nos palcos, os personagens de Tony Ramos e Glória Pires serão interpretados por Nelson Freitas (de “Nelson Freitas e Vocês”) e Claudia Netto (de “Judy Garland – O Fim do Arco-íris”). “Eles são hilários, né? Às vezes interrompo a cena para ter gargalhadas, de tão engraçado que é vê-los montando esses personagens. Vivo rindo horrores!”, conta Lua. “A Claudia é super fofa e me dá várias dicas: ‘faz assim, faz assado’. A gente tem essa troca, esse diálogo bem aberto. É um grande prazer trabalhar com eles. Já me chamam de filha, de filhota”. Mas a filha não é uma iniciante.
Nelson Freitas, Claudia Netto, Bruno Sigrist e Lua Blanco caracterizados para “Se Eu Fosse Você, o Musical”. (Foto: Divulgação/Robert Schwenck)
Nelson Freitas, Claudia Netto, Bruno Sigrist e Lua Blanco caracterizados para “Se Eu Fosse Você, o Musical”. (Foto: Divulgação/Robert Schwenck)
Famosa pelo remake brasileiro da novela “Rebelde”, a atriz participou de outro musical – “O Despertar da Primavera”, da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho – em 2009, quando era menos conhecida. Ou, como Lua interrompe, de novo bem humorada: “Eu não era conhecidaat all”. Sem o olhar atento da mídia, ela pôde se descobrir e aprender como funciona uma grande produção, o que tornou mais natural o trabalho atual. “O processo de ‘Despertar’ faz toda diferença pra mim, porque estou retomando tudo que aprendi lá. Já estranhei como é que acontece, como é que não é. Agora é mais normal pra mim. Já compreendo e flui com mais naturalidade. Mas é um aprendizado constante, claro”, pondera. Foi em “Despertar”, como ela diz, que Lua conheceu Alonso Barros. Ele era o coreógrafo do espetáculo. Agora, ela convive com outra faceta dele – a de diretor. “É um trabalho bem diferente, porque ele agora tem noção do todo. Ele coreografa bem as cenas, para emendá-las com as músicas. É uma coisa bem desenhada. Está ficando bem legal”.
Os ensaios começaram em janeiro, um mês depois da confirmação de sua aprovação nas audições, e não cessaram nem durante o Carnaval. Lua ficou com o papel de Bia (interpretada por Isabelle Drummond no cinema), que tem 19 anos na peça, e engravida do namorado, Olavinho, interpretado por Bruno Sigrist (outro fruto do “Despertar”). Seu conflito é justamente a dificuldade de contar a notícia para os pais, que estão estranhos, porque estão com os corpos trocados, mas ela não sabe disso. É um drama adolescente – universo pelo qual a atriz de 27 anos transita com familiaridade. “Nunca fiz um personagem da minha idade! Sou uma eterna adolescente. Nunca fiz uma adulta. Acontece. É o perfil. Acham que a minha cara é de baby ainda”, ri. “Isso é ótimo! Vou mantendo a cara de baby até me acharem com cara de mulher”.
Na verdade, os últimos trabalhos da atriz no teatro foram menos teen. Em 2013, ela participou de duas montagens do Matheus Souza: “Stand Up” e “As Coisas Que Fizemos e Não Fizemos”. Foram espetáculos de baixo orçamento, que vieram na sequência do fenômeno “Rebelde”, atraindo fãs da novela. “Fiquei muito feliz por ter trabalhado com o Matheus, porque era um contato com teatro que eu queria muito ter: um teatro bem de raiz. Participar da produção, montar tudo, fazer uma coisa em conjunto, mais na parceria. Isso é a essência do teatro”, defende a artista. “Por mais que os musicais das grandes produtoras sejam incríveis, são uma coisa mais empresa, mais parecida com a TV. Está tudo pronto, e é só chegar e fazer. No teatro alternativo, não. Você está batalhando junto, e o prejuízo todo mundo divide”.
A declaração não deve ser mal interpretada. Lua Blanco é apaixonada por musicais e, assim como a irmã Estrela Blanco (de “Todos Os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”), ela deseja se dedicar mais a esse tipo de produção. “Quero muito. Com certeza reservo um espaço bem grande na minha carreira para isso”. Afinal, cantar e atuar são seus talentos. Em “Se Eu Fosse Você”, ela interpretará músicas da Rita Lee, o que ela considera uma responsabilidade enorme. “Caraca, eu tô cantando a música da Rita!”.
Lua Blanco admite que está descobrindo grande parte do repertório da cantora, de quem sua mãe era fã na adolescência. “Falei com ela: por que você não me mostrava? Estou brigando com ela agora, porque não me passou essa herança. É cada letra… Estou pirando na discografia da Rita!”. Seu número favorito na peça é “Fruto Proibido”, com Bruno Sigrist. Mas ela não revela o porquê. “Quando você vir a cena, vai entender. A música já é divertida, então a gente está dando uma aloprada na hora de apresentá-la”.
E depois da temporada do musical, que vai até 20 de julho? A peça vai para São Paulo, mas Lua Blanco não sabe se seguirá no elenco. “Está tudo meio no ar”, admite. Apesar do impasse, ela tem vários projetos esperando sinal verde. “Não posso prever como vai ser minha vida no segundo semestre. Mas com certeza estou pensando pra frente!”. Afinal, ela não para. “Por isso fico com essa cara de sono! Por que você acha?”. Mais uma vez, ela ri.

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